sexta-feira, 21 de maio de 2010

O CAMPEONATO PERMANENTE

Por Roberto Shinyashiki
Repetir velhas fórmulas eternamente é a negação do mais sublime no ser humano: a capacidade de criar. Evoluir é a própria essência da vida.
Mudar dá trabalho. E exige tempo, dedicação e planejamento. Mas apenas os profissionais dispostos a evoluir permanentemente têm condições de realizar seus sonhos. Quando trocamos de provedor de acesso à internet, temos de cadastrar um novo login e escolher uma nova senha, correto?

Pois é. O problema é que muita gente não se dá conta de que o provedor não é mais o mesmo e continua a digitar a velha senha. Ora, se o site é outro, o serviço é outro, o conteúdo é outro, é lógico que a senha antiga não vai funcionar!

O problema não está nem na velha senha nem no novo provedor. Está em você querer usar a mesma atitude para o resto da vida, sem levar em conta que a situação mudou. Muitas pessoas continuam, pela vida afora, utilizando métodos que funcionaram no passado, na esperança de que estes as levem ao sucesso. O resultado costuma ser o fracasso.

SE O PROBLEMA É NOVO, AS SOLUÇÕES TÊM DE SER NOVAS! NÃO ADIANTA REPETIR FÓRMULAS QUE NÃO FUNCIONAM MAIS.
O campeão está sempre atento e sabe que deve evoluir, porque há sempre uma novidade tecnológica, um novo programa de computador a ser instalado, um novo site com um novo conteúdo.

O mundo mudou e continua mudando todos os dias. A evolução tem de ser uma constante. No fundo, a maioria das pessoas pensa que as mudanças são passageiras e que em breve tudo voltará a ser como era. Dessa forma, muitos acabam sofrendo por não entenderem o porquê de suas ideias e posturas não serem valorizadas.

Se a senha que você está usando não funciona, o primeiro passo é perceber que o site mudou. O mundo de hoje não é igual ao de ontem. A vida se tornou um campeonato permanente: assim que uma partida termina, outra começa. É preciso abrir os olhos e ficar atento às mudanças!

Certamente você lutou muito para montar sua empresa. Mas conseguir criá-la foi apenas o início da sua aventura como empreendedor. É preciso que ela permaneça competitiva e, para isso, é muito importante ter foco no negócio e principalmente ficar atento às mudanças que ocorrem não só com os concorrentes, mas com as mudanças globais.

Você lutou muito até chegar à gerência na sua empresa. Parabéns!

Mas agora está na hora de aproveitar a oportunidade e mostrar toda sua capacidade para ocupar o cargo. É muito comum o profissional conseguir atingir seu objetivo e achar que o campeonato está ganho. Ele costuma se tornar arrogante, achando que já viu tudo e que já conhece tudo. Não percebe que à sua volta o mundo está mudando e que novos jogadores estão se capacitando para ocupar o seu lugar. Quando ocorre a primeira derrota, esse profissional é surpreendido e muitas vezes não consegue mais se recuperar.

A vida apresenta desafios cada vez maiores. E é bobagem imaginar que esse ritmo vai diminuir. Nas empresas, as equipes frequentemente se iludem pensando que, após terminar um projeto, haverá um período tranquilo. No momento seguinte, porém, aparece outro projeto, que exige ainda mais de todos.

Você já imaginou o que seria de um antivírus para computadores se a empresa proprietária não disponibilizasse atualizações regulares e ficasse mais de um ano sem lançar uma nova versão do produto? Seria o caos, porque novos vírus surgem a cada semana.

Como o mundo não para de evoluir, é evidente que sua carreira, sua empresa e seu comportamento também devem evoluir com ele. É possível que você esteja querendo perguntar: “Mas, Roberto, quando é que a tranquilidade do passado vai voltar?”.

O tempo não volta. Ele está sempre avançando em direção ao futuro. Temos de aprender a desfrutar a agitação do momento. Calmaria é sinal de que os negócios vão mal.

Vivemos hoje em um mundo altamente competitivo. Temos de aprender a realizar nossos projetos dentro desse cenário, levando em conta que o estresse faz parte de nossa vida e que, muitas vezes, temos de trabalhar e produzir sob tensão.

Também temos que aprender a minimizar os efeitos da tensão e do estresse, mas sem a pretensão de eliminá-los de nossa vida. Viver sem esses fatores só é possível para quem desiste do campeonato, para aqueles que preferem não correr riscos.

Tensão e estresse fazem parte do jogo. A cantora que se propõe a cantar para um público de cinquenta mil pessoas sabe que, se falhar, poderá receber uma vaia inesquecível. Mas escolhe correr esse risco para dar a si mesma a chance de ter o prazer de ser aplaudida de pé por essas mesmas cinquenta mil pessoas. Assim agem os verdadeiros campeões.

Roberto Shinyashiki é psiquiatra, palestrante e autor de 14 títulos, entre eles: Sempre em Frente, Os Segredos dos Campeões, Tudo ou Nada, Heróis de Verdade, Amar Pode Dar Certo, O Sucesso é Ser Feliz e A Carícia Essencial (www.clubedoscampeoes.com.br)

quarta-feira, 19 de maio de 2010

A vaca e o Precipício

Um filósofo passeava por uma floresta com um discípulo, conversando sobre a importância dos encontros inesperados. De acordo com o mestre, tudo que está diante de nós nos oferece uma chance de aprender ou ensinar. Quando cruzavam a porteira de um sítio que, embora muito bem localizado, tinha uma aparência miserável, o discípulo comentou:
- O senhor tem razão. Veja este lugar… Acabo de aprender que muita gente está no paraíso, mas não se dá conta disso e continua a viver em condições miseráveis.
- Eu disse aprender e ensinar – retrucou o mestre. Constatar o que acontece não basta; é preciso verificar as causas, pois só entendemos o mundo quando entendemos as causas.
Bateram à porta da casa e foram recebidos pelos moradores: um casal, três filhos, todos com as roupas sujas e rasgadas.
- O senhor está no meio desta floresta, não há nenhum comércio nas redondezas – observou o mestre ao pai de família. Como sobrevivem aqui?
E o homem, calmamente, respondeu.
- Meu amigo, nós temos uma vaquinha que nos dá vários litros de leite todos os dias. Parte desse produto nós vendemos ou trocamos, na cidade vizinha, por outros gêneros de alimentos. Com a outra parte, produzimos queijo, coalhada e manteiga para o nosso consumo. E assim vamos sobrevivendo.
O filósofo agradeceu a informação, contemplou o lugar por um momento e foi embora. No meio do caminho, disse ao discípulo:
- Pegue a vaquinha daquele homem, leve-a ao precipício e jogue-a lá embaixo.
- Mas ela é a única forma de sustento da família! – espantou-se o discípulo.
O filósofo permaneceu calado. Sem alternativa, o rapaz fez o que lhe pedira o mestre, e a vaca morreu na queda. A cena ficou gravada em sua memória.
Muitos anos depois, já um empresário bem-sucedido, o ex-discípulo resolveu voltar ao mesmo lugar, contar tudo à família, pedir perdão e ajudá-los financeiramente. Ao chegar lá, para sua surpresa, encontrou o local transformado num belíssimo sítio, com árvores floridas, carro na garagem e algumas crianças brincando no jardim. Ficou desesperado, imaginando que a humilde família tivesse precisado vender o sítio para sobreviver. Apertou o passo e foi recebido por um caseiro muito simpático.
- Para onde foi à família que vivia aqui há dez anos?
- Continuam donos do sítio.
Espantado, ele entrou correndo na casa, e o senhor logo o reconheceu. Perguntou como estava o filósofo, mas o rapaz nem respondeu, pois se achava por demais ansioso para saber como o homem conseguira melhorar tanto o sítio e ficar tão bem de vida.
- Bem, nós tínhamos uma vaca, mas ela caiu no precipício e morreu – disse o senhor. Então, para sustentar minha família, tive que plantar ervas e legumes. Como as plantas demoravam a crescer, comecei a cortar madeira para vender. Ao fazer isso, tive que replantar as árvores e precisei comprar mudas. Ao comprar mudas, lembrei-me da roupa dos meus filhos e pensei que talvez pudesse cultivar algodão. Passei um ano difícil, mas quando a colheita chegou eu já estava exportando legumes, algodão e ervas aromáticas. Nunca havia me dado conta de todo o meu potencial aqui: ainda bem que aquela vaquinha morreu!
Atirar a vaca pode ser mudar de ramo de negócio, buscar novas oportunidades, mudar de emprego, fechar um negócio, sair da sociedade que há muito você deseja, enfim, mude… faça algo diferente para descobrir suas reais potencialidades.
Mesmo que sua vaca seja bonitinha… talvez esteja na hora de atirá-la no precipício! Que tal…”

Texto extraído do site: http://www.amigorico.org/blog/2008/10/31/crise-ou-oportunidade-de-negocio/